O sistema de escrita e leitura inventado por Louis Braille (1809-1852) constituiu um marco decisivo no acesso das pessoas cegas à cultura e ao conhecimento. Neste texto tentaremos apreender a invenção de Louis Braille como uma narrativa da modernidade. Por um lado, procura-se estabelecer uma genealogia dessa invenção; por outro, propõe- se uma análise dos termos em que o braille se imbrica nas possibilidades, constrangimentos e contradições do paradigma sociocultural moderno. Nos questionamentos que aventamos, a experiência social das pessoas cegas nos últimos séculos anos pode ser compreendida na tensão entre o trilho emancipatório ensaiado por Louis Braille e as estruturas opressoras reinventadas pela modernidade.
Conteúdo Original por Benjamin Constant, Edição especial, 11-22